terça-feira, 20 de janeiro de 2009

A Grécia Antiga

Relevo e clima da Grécia Antiga

Considerável parcela dos elementos culturais das comunidades gregas foram formatados e determinados, em parte, pelo relevo acidentado, pela proximidade do mar e pelo clima. Essas características gerais dos territórios gregos na Antigüidade persistem, praticamente inalterados, até hoje.
Relevo
Na superfície da península balcânica e das ilhas do Egeu, primeiras regiões ocupadas pelos gregos, predomina o relevo montanhoso. As montanhas mais elevadas têm orientação noroeste-sudeste (Cadeia do Pindo) e seu ponto culminante é o Monte Olimpo, com 2.917 metros. Há numerosas cavernas e, entre elas, planícies e pequenos planaltos cercados por terreno acidentado e de acesso difícil.
O relevo de toda a parte oriental do Mediterrâneo se formou durante o Terciário, entre 65 e 2 milhões de anos A.P. Há ainda significante instabilidade geológica na região, e abalos sísmicos ocorrem de tempos em tempos até hoje.
As demais regiões ocupadas pelos gregos têm morfologia semelhante. Um planalto elevado domina a península anatólica e a costa, bastante estreita, é recortada e cheia de pequenas ilhas. O sul da península italiana tem uma cadeia montanhosa central (Apeninos) cercada de pequenas planícies costeiras; o relevo da Sicília é, no entanto, pouco pronunciado e há amplas e férteis planícies.
As barreiras estabelecidas pelo relevo favoreceram o isolamento entre as comunidades gregas que foram se estabelecendo nas planícies a partir do Neolítico ou da Idade do Bronze. A ligação entre as cidades mais distantes, em geral, se dava por via marítima, pois as costas recortadas e as ilhas numerosas e próximas umas das outras facilitavam a navegação.
Clima e recursos naturais
O clima é, atualmente, do tipo mediterrâneo; na Antigüidade, as estações do ano tinham provavelmente as mesmas características.
O inverno começa em dezembro, tem chuvas intermitentes, é suave no litoral e rude no interior montanhoso; a primavera é curta e úmida, e em maio já se instala um verão quente e seco; o outono começa em setembro e outubro. Em Atenas, a temperatura média de janeiro é 8º e, de julho, 27º (média anual: 17º).
Ao contrário da península anatólica, irrigada por numerosos rios, a pluviosidade na península balcânica é irregular e insuficiente para tornar os rios perenes; poucos são mais do que simples correntes de água. A maioria é completamente inadequada para a navegação.
A vegetação consiste, no norte da península balcânica, de árvores e arbustos, principalmente nas encostas das montanhas e colinas. No sul, predominam os arbustos e as pequenas árvores; durante o verão, graças ao clima seco, eles ficam em grande parte ressecados.
Eis uma estatística de 1996 do uso do solo na Grécia moderna: terra arável, 23%; plantações permanentes, 8%; prados e pastagens, 40%; florestas e bosques, 20%; outros, 9%. Durante a Antigüidade, sem dúvida, o aproveitamento agrícola do solo era muito menor.
Os recursos naturais eram também muito escassos. Destacaram-se, na Antigüidade, apenas a madeira, a argila, o mármore e a prata da península balcânica; o cobre de Chipre; o mármore e a obsidiana das Cíclades.

Notas
O clima mediterrâneo é um subtipo dos climas temperados característicos das latitudes médias do globo terrestre. Há quatro estações bem definidas: primavera, verão, outono e inverno. A vegetação tem folhas caducas, isto é, as árvores perdem as folhas no outono e inverno. Nessas regiões o clima é controlado predominantemente pelas massas polares e pelas massas de ar marítimas; as variações ocorrem por conta da maior ou menor proximadade do mar e do tamanho da massa de água. No clima mediterrâneo do sul da Europa, o verão é quente e seco; o inverno, embora pouco frio, é bastante úmido.

A obsidiana é uma rocha vulcânica de cor negra e aspecto vitrificado, muito utilizada na confecção de facas, pontas de flecha e outros artefatos durante o Paleolítico, Mesolítico, Neolítico e Idade do Bronze. No Egeu, a principal fonte de obsidiana era a ilha de Melos, nas Cíclades.